Investigação

ENSAIOS CLÍNICOS

Para que um determinado tratamento ou medicamento seja aprovado e disponibilizado tem primeiro de passar por diversas fases de testes, bem como por um rigoroso processo de aprovação por parte das autoridades competentes.

Estas são as fases necessárias para que um novo medicamento possa ser disponibilizado ou para que um medicamento já existente possa ser prescrito para outras indicações:

Testes em laboratório  – Fase durante a qual são analisados os novos compostos/moléculas;

Testes pré-clínicos  – Os novos compostos/moléculas são testados em animais vivos no que diz respeito à sua segurança e eficácia;

Ensaios Clínicos  – Nesta fase são realizados estudos em seres humanos com o objetivo de avaliar os efeitos clínicos e farmacológicos dos novos medicamentos, bem como os seus efeitos adversos. Permitem também analisar a sua absorção, distribuição e a forma como o organismo os processa para verificar a respetiva segurança e eficácia.

Os ensaios clínicos são estudos realizados por equipas compostas por médicos, investigadores, doentes e promotores, sendo que estes últimos são normalmente laboratórios farmacêuticos, que precisam de garantir a eficácia e a segurança dos novos medicamentos antes de os colocarem no mercado.

A realização de ensaios clínicos é fundamental, já que sem eles não é possível a introdução de novos medicamentos ou aprovação de novas indicações para os medicamentos já existentes.

Submissão às autoridades

Aprovação

Registo e comercialização

Entre os ensaios clínicos que são necessários para aprovar um novo medicamento ou uma nova indicação para um medicamento já existente distinguem-se várias fases. O que as diferencia é o nível de envolvimento de pessoas na investigação, ou seja, o universo estudado:

Fase I  – Faz-se a avaliação inicial do novo medicamento num pequeno grupo de pessoas voluntárias saudáveis. É a primeira vez que o composto é estudado em humanos.

Fase II  Nesta fase avalia-se a eficácia e a segurança do novo medicamento num grupo mais alargado de pessoas, agora já incluindo doentes, mas respeitando apertados critérios de seleção.

Fase III  – Com base nos resultados da fase anterior, avança-se para um ensaio muito mais alargado, com inclusão de centenas ou milhares de doentes. Aqui é avaliada a segurança e a eficácia, registam-se os efeitos adversos e toda a investigação é conduzida por comparação com aquele que é considerado o medicamento ou tratamento padrão e/ou placebo.

Fase IV  – Esta fase já não é fundamental para a aprovação do medicamento pelas autoridades competentes, no entanto, é importante porque permite reunir informação sobre a utilização do fármaco num período mais alargado de tempo e num maior número de doentes.

Para participar num ensaio clínico é necessário que se reúnam critérios de inclusão, os quais fazem parte do protocolo do ensaio clínico, ou seja, o plano que foi desenhado pelos investigadores e validado por um comité de ética. Neste protocolo estão também descritos os critérios de exclusão, isto é, as situações que impedem que determinada pessoa possa integrar o ensaio clínico em causa. Entre os critérios de inclusão/exclusão incluem-se, por exemplo, a idade, o sexo, o tipo e/ou o grau de gravidade da doença, os tratamentos que se fazem ou fizeram e outras patologias.

Há ensaios clínicos a decorrer em Portugal em diversas áreas, e o objetivo das autoridades nacionais passa por trazer cada vez mais estudos para Portugal, bem como incentivar a investigação clínica de base académica. Em 2018, o Infarmed recebeu 159 pedidos para realização de ensaios clínicos, tendo autorizado 141, o que representou um aumento de 16% em relação ao ano anterior. A mesma entidade estima que, em 2018, cerca de 2500 pessoas estavam integradas em ensaios clínicos no nosso país. Por outro lado, de acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), são autorizados cerca de 4 mil ensaios clínicos por ano no Espaço Económico Europeu.

Participar num ensaio clínico pode ser muito importante para um doente, abrindo-se eventualmente uma janela de oportunidade. Porém, tal decisão envolve questões éticas e alguns riscos, pelo que o seu impacto nos doentes deve ser sempre avaliado e ponderado pela pessoa em estreita articulação com o seu médico.

Através do Registo Nacional de Estudos Clínicos (RNEC) é possível ter conhecimento dos ENSAIOS CLÍNICOS a decorrer em Portugal e na União Europeia.

Para mais informações e esclarecimento de dúvidas sobre os estudos a decorrer, contacte a APL.

ENSAIOS CLÍNICOS ONLINE

Disponibilizamos aqui as ligações para diversos estudos (ou resumos de estudos) publicados ou a decorrer sobre algumas das doenças lisossomais de sobrecarga mais frequentes em Portugal: